Estudo mostrou que os anticorpos e as células T que trabalham de forma coordenada ajudam nosso sistema imunológico contra a Covid-19.
Temos pouco conhecimento sobre a relação entre as respostas específicas do nosso sistema imune aos antígenos – organismos invasores que desencadeiam a produção de anticorpos – e à gravidade da Covid-19. Mas, sabe-se que pessoas com 65 anos ou mais que estão infectadas tendem a apresentar uma resposta imune desorganizada – que pode estar associada a formas mais graves da Covid-19. Por isso, estudos sobre a imunidade de idosos podem nos ajudar a entender por que a doença atinge a população mais velha de forma mais grave.
Pensando nisso, um grupo de pesquisadores do Instituto La Jolla de Imunologia na Califórnia, EUA, estudou a resposta imune de 24 pessoas cujos sintomas de Covid-19 variaram de leves a graves. Os resultados foram publicados na renomada Revista Cell, e mostraram que há uma ramificação do sistema imunológico que se adapta a invasores e tem dois componentes: células T CD4+ e células T CD8+.
A presença das células T CD4+ e T CD8+ que combatem o novo coronavírus (Sars-CoV-2) foram associadas aos sintomas mais leves e por consequência a formas mais brandas da doença. O que sugere que as células citadas estão envolvidas na imunidade protetora da Covid-19. Ademais, eles notaram que tal coordenação de respostas imunes não ocorreu em indivíduos com mais de 65 anos, o que se atribui à escassez destas células, que estaria associada ao envelhecimento e a respostas indesejadas da doença.
Uma explicação para tais diferenças entre adultos e idosos é que as respostas coordenadas – mais observadas em adultos – destas células T e dos anticorpos são protetoras, enquanto as respostas descoordenadas – predominantes em idosos – frequentemente falham em controlar a doença. Sendo assim o sistema imune dos idosos tende a desenvolver doenças mais graves porque tem menor produção de anticorpos, células T CD4+ e CD8+. Por isso, o estudo concluiu que tanto os anticorpos quanto as células T recrutadas de forma ordenada podem ser armas importantes na prevenção de casos graves de Covid-19.
Por Luiza Mugnol Ugarte
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