Pesquisa coordenada pelo IDOR traz luz sobre sintoma pouco disseminado, que pode ser confundido com psicose
Preocupações irreais relacionadas à própria identidade são motivo de alerta para diversas condições psiquiátricas, como o transtorno dissociativo de identidade – antigamente chamado de transtorno e personalidade múltipla – e a esquizofrenia. O que é pouco disseminado até mesmo em consultórios e clínicas é que essa característica também pode ser um sintoma do Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC). Um estudo recente buscou caracterizar esse sintoma em um artigo publicado na revista Australian & New Zealand Journal of Psychiatry. A pesquisa foi coordenada pelo Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino (IDOR) e pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), com participação da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Universidade de São Paulo (USP), Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA) e Universidade de Monash, Austrália.
O TOC de transformação inclui uma obsessão relacionada a mudanças, transformações ou alterações de identidade física e mental. Essas obsessões podem levar, por exemplo, a um medo constante de se transformar em alguém indesejado através do toque ou da respiração, além de compulsões estéticas, como cirurgias plásticas frequentes, exercícios excessivos ou dietas extremas. Uma diferença importante entre as obsessões de transformação do TOC e as crenças delirantes de pessoas com esquizofrenia reside na autocrítica que pessoas com TOC apresentam. Ao contrário de pessoas com esquizofrenia, indivíduos com TOC lutam ativamente contra os seus sintomas.