Pesquisadores ressaltam que o fornecimento de cuidados críticos para estes pacientes devem basear-se em evidências.
A pandemia traz diferentes desafios para equipes médicas que tratam pacientes com Covid-19 que estão em estado grave na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). No Brasil, onde os recursos são limitados, os desafios podem ser ainda maiores. Foi sobre este tema que o Dr. Jorge Salluh, médico intensivista e pesquisador do IDOR, e seus colegas desenvolveram um estudo, publicado recentemente na Revista The Lancet.
Sabe-se que o sistema de saúde brasileiro está sobrecarregado desde que a epidemia chegou ao país, e mesmo que a capacidade dos leitos de UTI tenha aumentado em muitos hospitais, profissionais podem ter treinamento insuficiente para atender às demandas de pacientes internados em estado grave. Na publicação, ressalta-se que a implementação de protocolos de atendimento e a adesão aos princípios de cuidados básicos é importante para o cuidado a pacientes sob ventilação mecânica.
As medidas preventivas são colocadas como essenciais durante a pandemia, como a profilaxia – medidas que previnem ou atenuam doenças – do tromboembolismo venoso (TEV) em pacientes que apresentem estados hipercoaguláveis, pois são propensos à trombose vascular, em decorrência da Covid-19. Os autores também ressaltam que a higiene das mãos e o uso de máscaras continuam sendo medidas fundamentais para proteger pacientes e funcionários de infecções originadas nos hospitais.
Eles também sinalizam a importância de combinar a implementação de protocolo baseado em evidências com o atendimento multidisciplinar, ação que mostra evidências associadas a melhores resultados e menor tempo de permanência no hospital para pacientes sob ventilação mecânica. Isso permite que não seja necessário aumentar o número de leitos de UTI, pois o menor tempo de permanência permite maior circulação nos leitos hospitalares.
Não há, até o momento, tratamento eficaz para a síndrome respiratória aguda grave (SRAG), condição que pode ser causado nos piores quadros da Covid-19. Por isso, o tratamento se baseia em terapias avançadas de apoio às funções dos órgãos humanos enquanto o sistema imunológico controla e elimina a infecção viral. Por fim, os autores afirmam que o foco de atendimento deve ser na aplicação cuidadosa de estratégias baseadas em evidências de melhora da SDRA das últimas três décadas.
Por Luiza Mugnol Ugarte
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