Em artigo publicado na revista Trends in Neuroscience, a Dra. Fernanda Tovar-Moll e o Dr. Theo Marins comentam um estudo recente de outro grupo de cientistas, que reforça resultados encontrados em pesquisa do IDOR realizada em 2019.

Publicado nesta terça-feira, 12 de abril, no periódico científico Trends in Neuroscience, um artigo redigido pela Dra. Fernanda Tovar-Moll, médica radiologista, pesquisadora e presidente do Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino (IDOR), e pelo Dr. Theo Marins, pesquisador pós-doutorando do Instituto e professor da faculdade IDOR de Ciências Médicas, comenta os recentes resultados de um estudo realizado pela equipe da Dra. Cassandra Sampaio-Baptista, pesquisadora das universidades de Glasgow e Oxford, no Reino Unido.

Em publicação recente (outubro de 2021), Dra. Sampaio-Baptista e seus colaboradores demonstraram – principalmente através de análises de imagens de ressonância magnética (RM) – que era possível induzir a plasticidade cerebral em indivíduos saudáveis em apenas 24 horas após exercícios de neurofeedback. O estudo traz novas perguntas para serem aprofundadas, mas antes de tudo reforça os argumentos científicos de que o neurofeedback pode ser um caminho promissor para futuras terapias envolvendo problemas como AVC e outras patologias neurológicas, ou até mesmo distúrbios psiquiátricos.

Convidados pela Trends in Neuroscience para redigir o artigo, os pesquisadores do IDOR já haviam encontrado resultados similares em um de seus estudos, publicado na Neuroimage em 2019, que também utilizava imaginação do movimento e neurofeedback por RM para otimizar a atividade cerebral, mostrando que era possível promover um fortalecimento da circuitaria estrutural no cérebro de indivíduos saudáveis, principalmente nas áreas envolvendo o corpo caloso (estrutura que comunica os dois hemisférios cerebrais). Mas o que era mais impressionante: essa neuroplasticidade já pôde ser observada em menos de 1 hora após os exercícios de neurofeedback.

Essa pesquisa, capa do volume 194 da revista Neuroimage, foi tema da tese de doutorado do Dr. Theo Marins, que foi realizada pelo IDOR sob a orientação da Dra. Fernanda Tovar-Moll e Dr. Jorge Moll, em parceria com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e foi agraciada pelo Prêmio Denise Pires de melhor tese, oferecido pelo Programa de Pós-Graduação em Ciências Morfológicas (PCM) da UFRJ, além de receber uma Menção Honrosa do Prêmio CAPES de Tese, ambas em 2019.

Escrito por Maria Eduarda Ledo de Abreu.