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Altas de temperatura agravam epidemias de doenças infecciosas como a dengue

Altas de temperatura agravam epidemias de doenças infecciosas como a dengue

Mudanças climáticas trazem consequências muito maiores que o calor excessivo, aumentando o número de mortes e gerando imprevisibilidade no controle de doenças 

Não precisamos nem ler as notícias para saber que há algo de anormal no clima. Marcado por um inverno atipicamente quente e recordes de alta temperatura que estão sendo batidos mês a mês, o ano de 2023 já se posiciona segundo as autoridades climáticas como o ano mais quente dos últimos 125 mil. 

Como se não bastasse o impacto direto gerado pelas altas temperaturas, essas mudanças climáticas acarretam também inúmeras e imprevisíveis consequências para todos os habitantes do planeta, como secas, desastres naturais, migração e extinção de espécies, além de escassez na disponibilidade de água e alimentos. Esse efeito dominó causa impactos em microambientes, como cidades e bairros, e é capaz de agravar ou até mesmo gerar epidemias de doenças infecciosas, que são as enfermidades causadas por microrganismos como bactérias, vírus, fungos ou parasitas. 

Mudanças de temperatura mudam padrão de epidemia da dengue 

O Dr. José Cerbino, membro da câmara técnica de assessoramento em Emergências em Saúde Pública no Ministério da Saúde e médico pesquisador do Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino (IDOR) e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), detalha que na cidade do Rio de Janeiro as mudanças climáticas já impactaram o ciclo da dengue na região. “Com exceção dos anos pandêmicos, 2020 e 2021, nos últimos 40 anos o padrão da epidemia se mostra claro: a temporada de dengue começa a partir de janeiro, atingindo o pico de transmissão no final de março e começo de abril, que é o período mais úmido no estado. O ano de 2023 interrompeu essa série histórica de quatro décadas. Esta é a primeira vez que experimentamos uma epidemia de dengue no inverno, que atingiu seu pico em julho”, explica o cientista, acrescentando que o Rio de Janeiro vem batendo recordes de temperatura desde junho deste ano. 

O pesquisador argumenta que as mudanças climáticas possuem uma relação estreita e comprovada com o aumento no número de casos de dengue, mas lamenta que essa relação no momento só pode ser observada de forma retrospectiva, não havendo ainda no país um modelo preditivo capaz de antecipar mudanças no padrão de comportamento dessa e de outras doenças infecciosas. 

Ondas de calor são negligenciadas em estudos de saúde no Brasil 

Segundo ele, o que mais dificulta a construção desses modelos preditivos é que, no Brasil, as mudanças climáticas são um fator negligenciado na coleta de dados da saúde. Em muitos países do Hemisfério Norte, onde as quatro estações são bem definidas, a ocorrência de ondas de calor é um fator notificado e associado ao aumento de diversos problemas de saúde além das doenças infecciosas. “Não temos muitos dados sobre as ondas de calor que vêm ocorrendo progressivamente no Brasil, mas em países da Europa e nos Estados Unidos existem registros de aumento da mortalidade geral, aumento de mortes por doenças cardiovasculares, aumento da procura de serviços de emergência, entre outros agravantes”, exemplifica. 

A falta de robustez nos dados que associam as mudanças climáticas ao aumento de doenças nos países tropicais também é explicada pela negligência de políticas ambientais, que raramente são uma prioridade nos planos de governo e sofrem com baixos investimentos, resultando em menos pesquisas e, portanto, menos dados que possam servir de base para o enfrentamento de crises sanitárias causadas e agravadas por alterações no clima. Isso coloca a população em uma posição de vulnerabilidade incalculável, pois as mudanças climáticas geram diferentes impactos simultâneos e as consequências disso podem ser muito imprevisíveis. O Dr. Cerbino compartilha a informação de que, das 375 doenças infecciosas registradas em toda a história da humanidade, 218 delas sofreram impacto devido a mudanças climáticas, uma porcentagem de quase 60%.  

Por que está tão mais quente? 

É cada vez menor o número de opiniões defendendo que as mudanças que estamos presenciando agora são fatores naturais. É um fato que o planeta já sofreu diversas alterações climáticas ao longo de seus 4,5 bilhões de anos, além de que as altas temperaturas enfrentadas em 2023 estão sendo agravadas pelo El Niño, um fenômeno climático natural e de consequências globais que ocorre em intervalos de 2 a 7 anos, e que gera o aquecimento anômalo das águas do Oceano Pacífico. Contudo, o Dr. Cerbino defende que as evidências científicas já não deixam margem para desacreditar que a ação humana está acelerando em muito os processos de mudança climática no planeta. 

“Sabemos que a Terra é um planeta em constante mudança, viveu eras glaciais e eras com aumento de temperatura. Mas também temos bastante evidência em diversos campos científicos de que as mudanças que estamos presenciando agora estão ocorrendo de forma muito mais rápida do que aconteceriam se não existisse a atividade humana. O aumento na concentração dos gases de efeito estufa, a forma como consumimos recursos e ocupamos espaços alterando o meio-ambiente, tudo isso está fazendo com que a temperatura aumente muito rápido. Sempre existiram inundações e secas, mas elas estão mais frequentes e mais intensas. Para as doenças infecciosas, como as arboviroses [doenças infecciosas causadas principalmente por mosquitos], há mudanças no ciclo de vida dos vetores e isso gera imprevisibilidade no controle das epidemias.” 

Como a transmissão de doenças infecciosas é impactada pela mudança climática? 

Quando o assunto é controle de doenças infecciosas, as mudanças climáticas e o desequilíbrio ambiental geram incertezas preocupantes. Segundo o pesquisador, essas alterações podem fazer com que os vetores das doenças migrem para áreas que não eram afetadas por essas infecções, encontrando uma população ainda mais vulnerável e sem defesas para o problema.  

Outro agravante é que as mudanças climáticas podem afetar as próprias medidas de contenção dessas doenças em ambientes onde elas já haviam se estabilizado. Um grande exemplo disso é a disseminação de mosquitos Aedes aegypti infectados por Wolbachia, uma bactéria inofensiva para os seres humanos, mas que nos insetos bloqueia a replicação do vírus de dengue, zika, chikungunya e febre amarela. Como os mosquitos infectados transmitem a bactéria para seus pares, o método tem se mostrado muito efetivo no controle nas arboviroses em todo o mundo, e já está previsto para ser implementado em diversos municípios brasileiros a partir de 2024.

A má notícia, segundo o Dr. José Cerbino, é que a bactéria é sensível ao calor excessivo, e não se sabe ainda como será o resultado dessa implementação com as altas e crescentes temperaturas que estamos alcançando. E isso é mais uma limitação causada pela falta de previsibilidade em informações de cunho climático.  

Políticas ambientais também são políticas de saúde 

“Estamos defendendo e sugerindo que a vigilância em saúde passe também a acompanhar os dados climáticos. Hoje em dia olhamos para o número de casos, eventos adversos em medicamentos, dados de infecção hospitalar, mas não olhamos a questão climática e os seus impactos na saúde. Se temos um aumento de procura de emergência por conta da onda de calor, a vigilância não vai captar. Precisamos dizer quantas mortes, quantas internações surgem a partir de uma onda de calor. São dados fundamentais, porque eles baseiam argumentos para a criação de políticas públicas com foco ambiental”, defende o pesquisador. 

Há muitas décadas, os impactos ambientais intensificados pela ação do homem são pautas de conferências internacionais e obras de ficção. O assunto é ensinado em escolas e estampou cartazes de diferentes gerações de ativistas, então é curioso pensar no quão despreparados estamos para enfrentar essas adversidades. Se temos um ensinamento para absorver das altas temperaturas enfrentadas recentemente, é que isso é apenas o começo de uma cadeia complexa de mudanças que pode gerar crises nunca vistas na nossa história como espécie. E se o discurso pareceu desmesurado durante todos esses anos de sinalização, a natureza deixa claro agora a urgência pela criação e cumprimento de políticas públicas mundiais endereçadas à contenção das mudanças climáticas. 

Escrito por Maria Eduarda Ledo de Abreu. 

20.12.2023

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