Psicólogos desenvolvem plataforma digital gratuita para promover autoconhecimento e saúde mental no Brasil. Ferramenta oferece gráficos e explicações personalizadas sobre saúde mental e diferentes aspectos pessoais dos usuários
Se você é fã de quizzes ou de testes para saber que personagem você seria nas suas séries favoritas, a Jornada de Autoconhecimento te convida a descobrir um pouco mais sobre você. Essa plataforma online e completamente gratuita oferece testes sobre diferentes aspectos pessoais, como personalidade, relacionamentos e saúde mental, tendo como grande diferencial o fato de ter sido desenvolvida especialmente para a população brasileira, com base em materiais psicoeducativos com eficácia científica comprovada para o ambiente digital.
A plataforma, lançada no segundo semestre de 2023, foi idealizada por psiquiatras e psicólogos pesquisadores do Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino (IDOR) a partir de diversos estudos e entrevistas com brasileiros de diferentes recortes sociais. Os testes foram desenvolvidos com base em técnicas da psicologia e mindfulness, e a Jornada oferece a cada usuário um feedback personalizado com textos explicativos e gráficos comparativos com a média da população. Mas se você quer saber mais como um teste online pode trazer benefícios reais para seu autoconhecimento e saúde mental, confira a matéria até o fim!
Mais que uma curiosidade: o autoconhecimento influencia a saúde mental
A psicologia defende que o autoconhecimento fortalece a saúde mental, permitindo uma melhor compreensão e manejo das próprias emoções, além de facilitar tomadas de decisão e promover relacionamentos saudáveis. Contudo, de nada adiantaria desenvolver uma ferramenta digital de autoconhecimento com embasamento científico se ela não fosse atrativa o suficiente para engajar seus usuários.
Para oferecer uma ferramenta que fale de ciência de forma leve e descontraída, os pesquisadores realizaram 3 etapas de estudo antes da criação da plataforma, sendo a primeira fase a idealização conceitual da Jornada de Autoconhecimento. Nesta fase, a Jornada foi segmentada em cinco grandes áreas, com o objetivo de guiar o usuário por diferentes etapas de desenvolvimento pessoal: personalidade, valores, bem-estar, relacionamentos e consciência.
Na segunda fase, com o objetivo de identificar os pontos positivos e os desafios da ferramenta, 16 participantes foram convidados a concluir o primeiro modelo da Jornada e compartilhar feedbacks sobre suas percepções como usuários através de entrevistas abertas, onde tinham liberdade de se expressar com as próprias palavras sobre sua experiência com a ferramenta. Foram incluídos nessa amostra recortes demográficos variados, abrangendo idades de 20 a 80 anos, sendo 62,5% mulheres e 37,5% homens.
Na terceira fase, foram conduzidas mais 6 entrevistas com outros participantes, dessa vez representando diferentes setores como marketing, engenharia, enfermagem, vendas e estudantes de graduação. Além disso, também foram realizadas entrevistas em profundidade com gestores públicos, com o objetivo de avaliar possíveis oportunidades de uso da jornada junto ao Sistema Único de Saúde (SUS).
Foram realizados ainda encontros com um grupo focal de 9 pessoas, de 18 a 60 anos, que tinham escolaridade variando de ensino médio incompleto até graduação completa, e renda familiar que também variava de muito abaixo da média até na média do país.
Pode ser simples saber mais sobre si mesmo
As entrevistas revelaram muitos pontos fortes da plataforma, como uma alta aceitação da Jornada, boas oportunidades terapêuticas, linguagem clara, confiabilidade e identificação pessoal com os feedbacks personalizados. Para o aperfeiçoamento da jornada, os pesquisadores estiveram atentos às necessidades dos entrevistados, adaptando a ferramenta aos ajustes de usabilidade sugeridos.
Você sabia que o uso da ferramenta também tem potencial de beneficiar processos terapêuticos e clínicos? O compartilhamento dos resultados com profissionais de saúde pode ser interessante para saber mais sobre os pacientes e direcionar melhor as atividades e tratamentos especializados. Os pesquisadores também esperam que iniciativas como essa possam gerar cada vez mais autonomia e empoderamento dos cidadãos, podendo em algum momento ganhar espaço até mesmo no SUS.
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