Nos últimos meses, diversas previsões foram feitas em relação ao fim da pandemia de COVID-19.
Saber quando o contágio do novo coronavírus será reduzido e estará sob controle é algo que intriga a todos – cientistas, governantes, empresários, médicos e, certamente, você.
Veja abaixo o que já se sabe sobre esse assunto.
O conteúdo foi desenvolvido com a colaboração do pesquisador Fernando Bozza, do Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino (IDOR – http://www.idor.org), e do infectologista Rodrigo Amancio, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e Hospital Federal dos Servidores do Estado. Eles trabalham juntos em estudos para prever o avanço do novo coronavírus no Brasil.
Dá para prever o fim da pandemia?
Pandemia é o termo usado quando uma epidemia se espalha por diferentes continentes e se sustenta a partir da transmissão de um indivíduo para outro. Ainda não é possível prever quando a pandemia do novo coronavírus irá acabar. Embora já existam vacinas, não se sabe quanto tempo dura a imunidade que elas oferecem e até mesmo se as novas variantes do vírus serão resistentes aos imunizantes já desenvolvidos.
A tendência natural é que, ao longo do tempo, aumente a proporção da população já vacinada, e deste modo se circule menos o vírus, chegando a níveis endêmicos, onde tenhamos mais controle e entendimento do comportamento epidemiológico da COVID-19.
O número de casos tende a diminuir ao longo do tempo?
Os cenários apontam para fases de transmissão, as chamadas “ondas”. Ora o número de casos se reduzirá, ora será mais acentuado.
De acordo com os estudos, o desafio será gerenciar a doença ao longo desse período, evitando um colapso do sistema e saúde, enquanto a maior parte da população não está vacinada, e ainda encontramos um cenário onde surgem variantes do coronavírus.
Como serão essas “ondas” da COVID-19?
As “ondas” se referem a movimentos cíclicos, de tamanhos variáveis, que oscilarão entre períodos com número variáveis de casos, ora menores, ora maiores.
O que se espera, é que, com o avanço na vacinação da população, atingindo altas proporções na população, em torno de 60-70% da população, de fato se observe uma importante diminuição da circulação do vírus, diminuindo a amplitude destas ondas, tornando então a COVID-19 uma doença de comportamento endêmico, mais constante e linear.
O que é imunidade de rebanho ou imunidade de grupo?
Imunidade de rebanho ou imunidade de grupo ocorre quando a maior parte da população já teve contato com o vírus e produziu anticorpos específicos contra ele. Esse grupo, que estaria imune, não transmitiria mais o vírus para outras pessoas, fazendo com que o vírus circule menos na população. Dessa forma, o contágio estaria mais controlado, tendo um comportamento endêmico.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) não recomenda a busca por uma imunidade de rebanho antes da existência de uma vacina. Um dos motivos é que ainda não se sabe se uma pessoa que já foi infectada está imune a um novo contágio do coronavírus. Além disso, a contaminação leva a um risco de uma evolução desfavorável, podendo se apresentar como uma formas graves da doença.
O isolamento e o distanciamento social continuam importantes?
Sim. O isolamento (separação de pessoas doentes das não doentes), o distanciamento social (redução da interação entre as pessoas; distância de pelo menos 1,5 m) e o uso de máscara ainda são os métodos mais eficientes de controle de transmissão do novo coronavírus. Pelo menos até que a maioria da população esteja imunizada através da vacinação.
Calor reduz a propagação do vírus?
Ainda não existem evidências suficientes que indiquem que a propagação do vírus é desacelerada no verão ou que é mais lenta em países tropicais, como o Brasil.