Câncer de Estômago
O que é o câncer de estômago?
O estômago é um dos principais órgãos do nosso sistema digestivo. É ele o grande responsável por transformar os alimentos que ingerimos em substâncias que posteriormente serão absorvidas pelo intestino.
Quando parte do estômago forma um tumor, pelo desenvolvimento acelerado e desordenado de um grupo de células consideradas anormais, diz-se que o paciente apresenta um câncer de estômago ou câncer gástrico. Geralmente, ele se desenvolve lentamente ao longo de muitos anos – raramente causando sintomas -, devido a alterações pré-cancerígenas no revestimento interno do estômago (mucosa).
Esse é o terceiro tipo de câncer mais comum entre os homens no Brasil. Para ambos os sexos, estima-se que em 2022 tenham surgido 21.230 novos casos, sendo 13.340 em homens e 8.140 em mulheres, de acordo com dados do INCA, o Instituto Nacional do Câncer, órgão ligado ao Ministério da Saúde.
Quais são os tipos de câncer de estômago?
Há diferentes tipos de câncer de estômago, como o adenocarcinoma, linfoma, tumor carcinoide, tumor estromal gastrointestinal (GIST), intestinal e difuso.
- Grande parte da doença é diagnosticada como um adenocarcinoma, constituindo 90% a 95% dos casos. Esses cânceres se desenvolvem a partir das células que formam a camada mais interna do estômago (mucosa). Já o linfoma é um câncer do sistema imunológico que às vezes é encontrado na parede do estômago.
- O tumor estromal gastrointestinal (GIST) é raro e se inicia nas células da parede do estômago, conhecidas como células intersticiais de Cajal. Alguns desses tumores são benignos e outros malignos, sendo encontrados em qualquer parte do aparelho digestivo.
- O tumor carcinoide se origina nas células do estômago que produzem hormônios. A maior parte deles não se dissemina para outros órgãos.
- O tumor intestinal afeta pacientes mais idosos, em sua maioria do sexo masculino, sendo associado à presença de gastrite crônica atrófica e metaplasia intestinal (conjunto de pequenas lesões) decorrentes da inflamação gástrica crônica relacionada à infecção pelo H. Pylori.
- Já o difuso acontece em pacientes mais jovens, afetando igualmente ambos os sexos, com um comportamento mais agressivo em relação ao tipo intestinal. Origina-se no epitélio gástrico normal, sem aparente lesão pré-cancerígena, e pode estar relacionado a uma mutação genética (de um gene chamado CDH1).
- Existem outros tipos de cânceres, como o carcinoma de células escamosas, carcinoma de pequenas células e leiomiossarcoma, que também podem começar no estômago, mas são muito raros.
O que causa câncer de estômago?
Ainda não há uma causa específica para o câncer de estômago. No entanto, alguns fatores podem aumentar o risco de surgimento da doença, entre eles:
- excesso de peso e obesidade;
- consumo de álcool;
- consumo excessivo de sal;
- tabagismo;
- ingestão de água com alta concentração de nitrato;
- lesões pré-cancerosas, como gastrite atrófica e metaplasia intestinal, e infecções pela bactéria H. pylori;
- trabalhar exposto à radiação ionizante, como raios X e gama, em indústrias ou em instituições médicas;
- exposição de trabalhadores rurais a agrotóxicos;
- trabalhar exposto a vários compostos químicos, muitos classificados como cancerígenos, como benzeno, óleos minerais, produtos de alcatrão de hulha, compostos de zinco e pigmentos;
- histórico familiar de câncer de estômago.
Quais são os sinais e sintomas do câncer de estômago?
O câncer de estômago pode se manifestar por diferentes sintomas, como:
- perda de peso;
- falta de apetite;
- dores abdominais;
- sensação constante de estômago cheio;
- vômitos, sendo que alguns podem apresentar sangue;
- náusea;
- dor quando o estômago é apalpado;
- sangue nas fezes;
- fezes escurecidas;
- odor forte nas fezes;
- azia persistente e queimação;
- refluxo;
- indigestão;
- inchaço abdominal;
- anemia.
Entretanto, muitas vezes a doença evolui ao longo de anos, sem que o paciente reconheça que está doente.
Alguns sintomas de câncer no estômago são bastante parecidos com os de outras doenças de ordem gástrica. Para ter um diagnóstico preciso e correto, é necessário conversar com um médico para realizar a investigação.
Como é feito o diagnóstico do câncer no estômago?
Geralmente, o câncer de estômago é diagnosticado por meio de uma endoscopia, exame em que se introduz uma câmera no interior do paciente para examinar o tubo digestório (boca, esôfago, estômago e duodeno). Além da análise visual do interior dos órgãos, a endoscopia permite a coleta de material e a realização de biópsias. A pesquisa da bactéria H. Pylori é um exame de grande importância, permitindo o reconhecimento da infecção responsável por boa parte das doenças inflamatórias do estômago.
A endoscopia possibilita o diagnóstico precoce do câncer gástrico, o que aumenta enormemente as chances de cura da doença.
O exame físico também é considerado importante para o diagnóstico, pois o paciente com câncer pode sentir dor no momento em que o estômago é palpado. Se houver aumento no tamanho do fígado e presença de íngua na área inferior esquerda do pescoço e nódulos ao redor do umbigo, o médico pode considerá-los indícios de que a doença se encontra em um estágio mais avançado.
Dependendo do caso, o médico poderá optar por uma cirurgia exploratória para procurar sinais de que o câncer entrou em metástase, podendo ser feita por laparoscopia, ou seja, o cirurgião faz pequenas incisões no abdômen e insere uma câmera especial que transmite as imagens a um monitor na sala de cirurgia.
Como é feito o tratamento do câncer de estômago?
A cura do câncer gástrico é possível, especialmente nos casos mais precoces, e depende fundamentalmente da remoção cirúrgica do tumor. Tratamentos adicionais com quimioterapia (adjuvantes), radioterapia, terapias-alvo e imunoterapia podem ser eventualmente empregados, de forma a aumentar as chances de cura.
Se o câncer do paciente tiver se espalhado por outras áreas do corpo, como o peritônio, ou se tiver se instalado por todo o estômago, as chances de erradicar a doença se tornam muito pequenas. Nesses casos, o tratamento visa primariamente promover a qualidade de vida, buscando-se ampliar a sobrevida com o tratamento sistêmico.
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