Doença Coronariana
A doença arterial coronariana (DAC) é uma consequência do processo de aterosclerose, no qual há obstrução gradual ou súbita das artérias coronárias por placas de gordura e coágulos.
O que é a doença arterial coronariana (DAC)?
A doença arterial coronariana (DAC) é em geral o resultado da obstrução (entupimento) das artérias que levam sangue para o coração, conhecidas como artérias coronárias. Essa obstrução do fluxo de sangue para o musculo cardíaco o que pode levar a diversos sintomas sendo o mais comum dor no peito.
A dor acontece pela chamada isquemia que consiste na falta de fluxo de sangue adequado para o coração, essa dor pode ser chamada de angina. A causa mais comum desse tipo de doença é o acúmulo de placas de gordura (colesterol) associadas em geral pela formação de trombos (coágulos). A placa de gordura leva o nome de aterosclerose ou placa aterosclerótica.
A gravidade da doença está relacionada ao número e local das obstruções, quanto maior for a área de musculo cardíaco sem irrigação sanguínea maior o risco. Se o entupimento oclui totalmente ou parcialmente o interior da artéria. Quando o entupimento praticamente total ou total a redução de sangue pode levar a morte do músculo do coração e nesse caso temos o diagnóstico de Infarto do Miocárdio. Portanto o Infarto representa uma situação de altíssimo risco pois sem fluxo de sangue adequado as células do coração estão morrendo, o tratamento adequado deve obrigatoriamente ser feito no hospital e quanto mais rápido, maior a chance de sobreviver.
Para prevenir que o paciente tenha a formação dessas placas com gordura e coágulos dentro das artérias do coração devemos sempre estar atentos ao que chamamos de fatores de risco para a doença.
Fatores de risco:
- Idade (mais de 45 anos para os homens, e mais de 55 anos para as mulheres)
- Histórico familiar de doença cardíaca (principalmente em familiares do sexo masculino com menos de 55 anos e mulheres com menos de 65 anos)
- Tabagismo
- Pressão arterial elevada – Hipertensão Arterial
- Elevação Colesterol LDL (ruim)
- Baixa do colesterol HDL (bom)
- Diabetes
- Sobrepeso ou obesidade
- Falta de exercício – Sedentarismo
- Certos tipos de radioterapia no peito
- Estresse
Homens correm um risco mais alto de sofrer da doença arterial coronariana que as mulheres. O risco aumenta para as mulheres após a menopausa.
Quais são os sintomas da doença coronária?
Como a doença arterial coronariana pode desenvolver-se ao longo de muitos anos, os sintomas frequentemente não são sentidos até que as obstruções sejam graves e potencialmente fatais.
As dores na região do tórax (angina) podem ocorrem principalmente aos esforços ou estresse emocional, com alívio ao cessar ou reduzir o esforço / estresse.
No entanto, esses sintomas também podem ser percebidos durante o descanso ou até no repouso.
A angina mais frequentemente se manifesta como um aperto ou queimação no centro do peito ou lado esquerdo, muitas vezes com irradiação para o pescoço ou braço esquerdo, com duração superior a 5 minutos.
Às vezes, um ataque cardíaco ocorre sem qualquer sinal ou sintoma aparente. Isso costuma ser mais comum em pacientes diabéticos e idosos.
Infelizmente os sintomas podem não ser exatamente estes, e manifestações ditas como atípicas podem ser representadas por:
- Dor abdominal alta (região do estômago), confundida com “azia”;
- Dor no lado direito do peito, nos ombros ou costas;
- Dor na mandíbula. Algumas vezes o paciente até procura o dentista antes do cardiologista;
- Cansaço ou fadiga extrema aos esforços, sem dor no peito, o que é chamado pelos médicos de “equivalente anginoso”;
OBS: Vale frisar que a dor relacionada a doença coronária também pode ser confundida com outras doenças que não necessariamente será cardíaca. Diagnósticos que também podem ter sintomas similares incluem: Mialgia (dor muscular), Crise de Ansiedade, Gastrite, Esofagite, Pancreatite, Pneumonia, Pneumotorax, Dissecção de Aorta, Embolia Pulmonar entre outros.
Quais são os riscos?
O tipo de infarto associado a obstrução total de uma artéria coronária ocorre principalmente por coágulos que se formam na placa de gordura previamente existente. Dependendo do tempo até o atendimento e o tipo de tratamento realizados, pode gerar enfraquecimento do coração (insuficiência cardíaca) e em casos graves morte por arritmias. Em quase metade dos casos isso pode acontecer antes da chegada ao hospital, o que enfatiza o quanto é importante a chegada rápida ao pronto socorro.
A doença coronariana se não tratada, além dos riscos acima mencionados, pode limitar a qualidade de vida, por sintomas como dor no peito, cansaço, falta de ar, palpitações (batedeira no peito), inchaço nas pernas, insônia, desanimo entre outros.
Quais são os exames diagnósticos?
- Eletrocardiograma e Ecocardiograma (ultrassom do coração) são exames iniciais
- Teste ergométrico: promove um aumento do trabalho do coração para confirmar se o fluxo de sangue está normal
- Cintilografia miocárdica de repouso e estresse: Utiliza técnicas de medicina nuclear também visando a avaliação cardíaca
- Ecocardiograma com estresse farmacológico ou físico;
- Ressonância cardíaca com estresse farmacológico;
- Angiotomografia das artérias coronárias: avalia por imagens se existe entupimento das artérias
- Cateterismo cardíaco (cineangiocoronariografia): método invasivo com mais acurácia para detecção da doença
- Exames de sangue (enzimas cardíacas) são utilizadas no pronto socorro, em todo paciente com suspeita de quadros agudos;
A escolha do método dependerá de diversas características clínicas do paciente, sendo que por diversas vezes dois ou mais métodos são necessários para correto diagnóstico e tratamento.
Como é o tratamento da doença coronária?
O tratamento da doença arterial coronária envolve três possíveis abordagens:
- Tratamento medicamentoso:
Este deve sempre ser realizado, isoladamente ou em associação aos métodos de revascularização (cirurgia / angioplastia).
São utilizados fármacos que dilatam os vasos sanguíneos e aumentam o fluxo de sangue ao coração, diminuindo o trabalho cardíaco.
Medicamentos que agem no trombo/coágulo “afinando o sangue”, como AAS e outros, reduzem a possibilidade de ocorrer a formação de coágulos na circulação coronária, reduzindo o risco de infarto.
2. Angioplastia coronária:
A angioplastia é realizada por meio da introdução de um cateter especial em uma artéria do braço ou da perna, e consiste na dilatação de uma obstrução coronária. Esse cateter possui um balão na sua ponta, que esmaga a placa de aterosclerose ao ser insuflado. Na maioria das vezes é implantado um Stent (“semelhante a uma mola”), para manter a artéria aberta.
3. Tratamento cirúrgico (cirurgia de revascularização do miocárdio):
A revascularização do miocárdio (conhecida popularmente como “ponte de safena ou mamária”), utiliza segmentos das veias da perna (veia safena) ou de artérias, mais comumente a artéria mamária, para unir o trecho sem obstrução ao obstruído, oferecendo, desta maneira, uma rota alternativa ao fluxo sanguíneo que não passe pela obstrução (daí o termo “ponte”).
Dependendo de cada caso, o médico definirá a melhor conduta a ser seguida.
O objetivo do tratamento da doença arterial coronariana, seja o implante de stent, seja a cirurgia de revascularização, é restabelecer o fluxo sanguíneo em uma artéria obstruída para uma taxa quase normal. Ambos os métodos requerem procedimentos especializados e dispositivos para atingir esse objetivo.
Fale com seu médico se acha que apresenta sintomas da doença arterial coronariana. Se achar que está sofrendo um ataque cardíaco, busque ajuda médica imediatamente.
Apesar dos grandes avanços na terapêutica da doença coronária, a mortalidade ainda se mantém elevada, por isso, a mensagem principal deve ser a prevenção, reforçando a necessidade de alimentação saudável e atividade física.
Consulte seu médico regularmente!